Exatamente quando completou 40 semanas minha Liz resolveu que dia 08/10 seria o dia dela, ela viria ao mundo pra me mostrar que eu sou capaz de tudo e de que o amor que já era gigante se torna infinito.
Eu sempre desejava que quando engravidasse iria parir o mais naturalmente possível. Quando engravidei estudei muito, fizemos cursos de gestantes, vimos muitos vídeos e relatos de partos (falo no plural pois o Leandro embarcou literalmente comigo nessa).
Já tínhamos indicação da Gabi como doula, então fomos em um encontro da equipe que ela faz parte, o Ama Nascer, lá me apaixonei ainda mais por ela e pela equipe. Naquele dia eu soube que queria um parto domiciliar, só faltava agora convencer o marido, pois ele não se sentia seguro com essa opção.
Começamos o pré Natal com a obstetra da equipe, a Maris, e chamamos a Gabi para nos acompanhar como doula. Então a princípio teríamos um parto natural, porém hospitalar.
Conversei com uma amiga e ela disse que o marido dela tinha aceitado o parto domiciliar depois que participou da roda de gestantes do Ama, eu já havia nos inscrito na próxima roda e estava com a esperança que o mesmo acontecesse com o meu marido, e aconteceu! Depois do último encontro decidimos que nossa bebê nasceria na nossa casa.
Conversamos com a Gabi, tiramos todas as nossas dúvidas e escolhemos a May como parteira também. Sempre me senti muito segura com essas duas mulheres maravilhosas do meu lado.
Minha gravidez sempre foi muito tranquila e eu também estava zero ansiedade, até às 37 semanas que era quando ela já estaria “pronta para nascer”. Foi chegando perto das 40 semanas e nada, nem um sinalzinho da minha menina querer vir.
Até que meu corpo deu um sinal, dia 28/09 saiu um pouco do meu tampão, uhuuul, sabia que ainda poderia demorar, mas era um sinal de que meu corpo já estava trabalhando pra que tudo acontecesse.
No dia 08/10 acordei e fui trabalhar normalmente, a Gabi havia me passado alguns exercícios pra fazer durante a gestação, então dei uma pausa no trabalho e fui fazer os exercícios, entre um agachamento e outro minha bolsa estourou. Corri pro quarto onde o Leandro tava trabalhando e contei, ele estava em uma reunião na hora.
Eu sempre tive medo de bolsa rota, mas lembrei que a adrenalina poderia atrapalhar o meu TP, então mantive a calma. Avisei as parteiras do que estava acontecendo e elas foram me guiando.
Avisei também minha amiga Lamara e a Brida (um ser de luz que me aplicou Reiki durante a gestação) pra que me enviassem energias positivas. Minhas contrações começaram as 10h40, totalmente suportáveis, até consegui almoçar, mas a partir daí as dores começaram a se intensificar. Fomos cronometrando e avisando as parteiras, minhas contrações eram curtas, porém vinham de 2 em 2 minutos cada vez mais doloridas.
As contratações doem? Sim doem muito, porém nunca levei essa dor como sofrimento, é uma dor com propósito. A cada contração eu me entregava e visualizava meu corpo se abrindo e minha bebê chegando. Não era mais uma contração e sim menos uma! Sentei na bola de Pilates e dali não quis mais sair. Ficar de 4 pra mim era horrível, descansar deitada ou sentada no sofá nem pensar. Era eu na bola e o Leandro com a bolsa de água quente na minha lombar, nem sei quanto tempo ficamos alí, já não tinha mais noção do tempo.
Por volta das 15h chamamos as parteiras, eu não tinha noção de em que estágio do TP eu estaria, mas sentia que queria elas ali comigo. A May então veio primeiro, a Gabi iria sair um pouco mais tarde. Avisei a mãe para vir aqui pra casa.
A May chegou uma 17h, fez o toque e eu já estava com 8cm de dilatação, só lembro de ter falado, “graças a Deus”. Ela sugeriu que eu fosse pro chuveiro, fui e ela me deu a banqueta de parto pra eu sentar, santa banqueta! Fiquei ali uns 40 minutinhos vocalizando e visualizando ela chegando. Comecei a sentir vontade de fazer cocô, opa, já tinha aprendido que quando o corpo quer fazer força de cocô é porque já está perto de nascer. Saí do chuveiro, fui pro quarto, Leandro já estava lá chorando hahahha, me agarrei nele, me balançava, vocalizava. A May me disse, quando sentir vontade de fazer forca, agacha! E assim fiz por algumas contrações, mas sentia que não tava indo desse jeito, enxerguei novamente a banqueta e pedi por ela. A May me deu, sentei, fiz algumas forças e ela disse, “coloca a mão pra sentir a cabecinha, ela é cabeluda” como foi bom sentir ela lá dentro de mim, era a força que faltava.
Mais algumas contrações e a cabecinha saiu, na próxima contração mais uma vontade de fazer forca e a sensação que jamais esquecerei,do corpinho quentinho e molinho saindo de mim, como é maravilhoso.
As 18h56 nossa pequena Liz chegou nos braços do papai, aos olhos da vovó, direto pra o meu colo, de onde não saiu mais. A Gabi chegou logo em seguida, lembro que vi ela e falei “olha tia Gabi, ela nem te esperou”.Algum tempinho depois nasceu a placenta, fui avaliada, apenas laceração superficial. Tiramos algumas fotos e o Leandro cortou o cordão.
Gabi já veio me alimentar, ganhei sopinha na boca e um shake da minha placenta divino! Só após mais de uma hora minha bebê saiu do meu colo para ser avaliada, ganhou nota 10!
As meninas me acompanharam no banho, ganhei mais um shake e voltei pra minha cama com a minha bebê.
Obrigada minha filha por ter nos escolhido. Você nasceu e eu renasci!