Equipe
Naolí Vinaver – parteira AMA Nascer
Larissa Grandi – parteira AMA Nascer
Maysa Gil Vicente – doula
Vívian Scaggiante – fotógrafa Além D’Olhar Fotografia
Família
Fernanda Paz – mãe
Havia passado das 40 semanas de gestação
No dia 18 de dezembro de 2014 eu já estava desconfortável, muito inchada. Havia passado das 40 semanas de gestação. Estava sozinha. Exausta. Então fui para a casa da mãe, quis dormir lá. De tarde, de biquini pegando um solzinho no barrigão, senti algo que pensei ter sido um xixizão incontrolável. Hoje penso que deve ter sido a bolsa! Minha cachorrinha vira-lata, preta e linda, a neguinha, não saía de perto de mim nem por decreto. Estava um grude. Ela sentia o que eu ainda não tinha me ligado que estava acontecendo. Eu tinha contrações de treinamento (barriga dura e quadrada) a cada 15 minutos. Estava prodromando. Sim, o pulmãozinho de minha filha havia ficado pronto e seu corpinho mandava sinais ao meu para avisar que já poderíamos nos encontrar aqui fora, e eu já estava em pródromos! Fui dormir e não havia posição que me deixasse à vontade. Coloquei umas três almofadas entre as pernas, deitava de um lado, virava pro outro. Desconfortos mil. Eu só queria dormir. Cochilava. Acordei de madrugada e fiz muito xixi. Acordei novamente. Não havia posição para dormir. Até que às 5:40 do dia 19/12/15 eu levantei. Às 6:50 saí com a neguinha pra ela passear um pouco. Quando a neguinha dobrou a esquina eu senti a primeira contração. Agachei ali mesmo, no meio da rua, respirei fundo e chorei de emoção, afinal, o trabalho de parto havia iniciado e Serena chegaria a qualquer momento!!!
Confiante e entregue
19 de dezembro de 2014. Eu estava com 40 semanas e 3 dias de gestação. Tinha contrações que duravam 40 segundos e vinham de 6 em 6 minutos. Eu as sentia desde às 7h da manhã, além da noite mal dormida por conta dos pródromos. Já tinha ido na feira e no mercado com minha irmã Laura. Estávamos sincronizadas. Nas contrações ela cronometrava eu me agachava. Algumas pessoas olhavam estranho aquela barriguda com cara torta e sorridente se agachando (liga não moça, só um trabalhinho de parto básico!!) em pleno mercado, outras nem ligavam (vai que eu estava abaixada pra pegar um produto e a cara feia era por conta do preço, né?). Já havíamos faxinado o ap (quer dizer, a Laura limpou tudo, eu curtia as contrações). Família toda apreensiva (a mãe e a Ange, minha irmã mais velha, já tinham parido uns cinco bebês nestas cinco primeiras horas de trabalho de parto – mal sabíamos que ainda viriam mais 34h – rsrsrsr). Doulinda May já estava na área (lembro da hora que ela chegou, toda equipada, montada para a guerra do amor, com um sorrisão de orelha à orelha) parteiras Larissa e Naoli (“-Está com contraçãozinha amada?” Ela me perguntou, kkk) devidamente avisadas. Já havia comido tapioca e chocolate, tomado suco de laranja. Já havia dançado alegremente. Zíndias todas avisadas. Pai de Serena à caminho. Rezas feitas. Tudo certo. Só faltava a Serena descer tranquila o caminho do canal do parto. Até aí, só alegria e satisfação. Mal podia acreditar que o grande dia havia chegado (sabe de nada inocente!).
Eu me sentia forte. Capaz. Plena. Eu estava confiante e entregue. Nada tirava minha paz de espírito. Só queria curtir aquele trabalho de parto. Sentia minha filha mais próxima a cada contração. Ainda estava tudo em ordem! Ainda éramos uma só!
Vem Serena!!
Ainda sorria e curtia aquilo tudo
Minha equipe chegou por volta das 20h – também pudera, parteiras e fotógrafa (Vívian F Scaggiante) estavam trabalhando em outro parto, influência da lua nova que estava prestes a virar – já havia montado o cenário com todos os apetrechos necessários ao parto domiciliar. E, embora eu já estivesse vivendo um trabalho de parto de mais de 14 horas, as contrações seguiam apenas de 6 em 6 minutos e duravam 40 segundos, estava tudo igual, não tinha nada novo acontecendo. Eu ainda sorria e curtia aquilo tudo. Lembro da Vívian entrando em casa e fazendo cara de surpresa pois eu cantava de boas no chuveiro. Eu estava tri bem ainda. Estávamos nos vendo pela primeira vez, mas no meu coração já nos conhecíamos. Enquanto isso, minha avó, distante mais de mil quilômetros, já havia pedido para meus familiares me levarem meio à força pro hospital (onde já se viu um parto durar mais de 12 horas, gente!), parentada nervosa, amigas já apreensivas, pai de Serena na estrada e minha mãe que estava junto em minha kitnet não conseguia esconder o nervosismo. Minha irmã mais velha também, me passava força, estava ali, mas a tensão era inevitável. Afinal, eu estava numa kitnet, no centro de uma cidade movimentada (São José, Santa Catarina), em trabalho de parto há horas, sem médicos por perto, sequer pensando em ir pro hospital, eu estava “insistindo” em ter um parto natural. Isso tudo já estava ficando assustador. Ali somente a Doula, uma fotógrafa e duas parteiras, minha mãe e uma irmã. Isso era muita loucura.
O bagulho tinha começado a ficar sério
Foi então que a Serena “sentiu” a chegada de suas mães de luz e o trabalho de parto começou a engrenar. As contrações passaram a vir de 5 em 5 minutos… durando um pouco mais… iam, voltavam… A bola de pilates que antes eu nem queria ver, que era desconfortável pra mim até então, passou a ser um elixir para prazer e relaxamento. As comidas e lanchinhos gostosos já não me chamavam atenção. Eu estava concentrada, focada nas sensações que estava sentindo. O bagulho tinha começado a ficar sério. Minha alegria era imensa, mas neste ponto eu já tinha começado a ficar mais fechada. Como uma maratonista prestes a correr a São Silvestre. Um ator principal prestes à estreiar na Broadway. Eu tinha certeza, Serena estava chegando. Estava tudo pronto. Muito tempo havia passado, as contrações estavam mais fortes, eu mais introspectiva. Vocalizava muito:
“-Ahhhhhhh”… 5 minutos depois:
“-Ahhhhhh”… E assim foi…Enquanto todas se organizavam e também se revezavam no sofá e nos três únicos cômodos do apê , enquanto era um troca troca de mãos massageando minha lombar, eu ia me conectando mais com meu sagrado, com meu íntimo, com a graça de ser gestante, com a força de ser mulher e estar rodeada de mulheres, com a leveza de ser quase mãe e com o peso de parir numa sociedade que “não permite”, “não apóia”, “não induz”, “não acredita”, “não gosta”, “não aceita” e nega de todas as formas a remota possibilidade de um nascimento da forma mais natural e humana possível.
Ali, naquele momento, naquela noite de 19 de dezembro de 2014 eu começava a sentir o peso de parir e já não era mais a mesma Fernanda que tinha chegado até ali…
Vem Serena….
Dor, dor, dor. Muita dor. Meu corpo inteiro se movimentava, mesmo eu estando sentadinha no mesmo lugar. Já havia deitado no chão por bastante tempo com o dorso esquerdo no piso gelado, essa posição me fazia muito bem, já tinha ficado no chuveiro, rebolado, quicado na bola de pilates, já havia recebido massagem, pressão, carinho, abraço e mão. A essa altura, por volta das 2h da madrugada do dia 20 de dezembro de 2014 eu já tinha contrações de 3 em 3 minutos e elas duravam 1 minuto. O pai da Serena ainda estava na estrada. Eu já tinha comido, já tinha bebido. Mulherada em casa cochilava e acordava. Eu cochilava e acordava.
Quando a partolândia chegou chegando
E neste momento surgiu – e eu senti descer lentamente – o meu tão esperado tampão mucoso, este que protegeu meu útero e a Serena por 9 meses, aí, bom, aí junto houve uma ruptura alta da bolsa e comecei a perder líquido amniótico, lentamente, bem lentamente, até que às 3:30 da madrugada, mais ou menos, quando a partolândia chegou chegando, e eu pude conhecer e experimentar essa sonhada sensação, vivi a tão falada partolândia. Primeiro toque, feito pela Naoli, 9cm. Banheira cheia, água quentinha, perfeito. Voi lá!! Entrei na água, a dor só aumentava, eu tinha vontade de gemer, cantar, berrar, chorar, silenciar. Eu fiz tudo isso que tive vontade de fazer. Gemi alto, cantei baixinho, gemi baixinho e cantei alto. Sentia minhas mãos formigando. Meus lábios tinham vida própria. Entoei cânticos que conscientemente conhecia, mas intuitivamente foram ganhando mais força dentro de mim. Me imaginei nadando com golfinhos, com baleias prenhas, me imaginei uivando com lobas, miando junto à gatas que pariam. Eu vi todas as minhas ancestrais parindo, eu senti a força cósmica da grande mãe natureza dentro e fora de mim. Vi minhas bisavós parindo minhas avós, minha avó parindo minha mãe e minha mãe me parindo. Ela estava ali, minha irmã mais velha também. A presença delas me fortalecia e ao mesmo tempo me preocupava, pois havia tensão. Medo da parte delas. Emoção. Mas, ao mesmo tempo, havia um círculo de mulheres no entorno daquela banheira que era tão importante, uma força tão grande e magnífica que formava uma espécie de lençol materno que me protegia e me amparava naquele momento. Eu tinha dor, muita. E tinha medo, muito. Serena, eu e o universo éramos apenas uma partícula de luz no infinito. Todas essas mulheres eram minhas guias, conduzindo-me no caminho da maternância.
Não foi dessa vez, não
Minha bacia se abria ao máximo, minha pelve pesava e, então, ao introduzir meu dedo indicador em minha vagina senti a cabecinha de Serena ali, na portinha, a cabecinha da minha filha estava a apenas um dedo de distância do mundo exterior, um dedo separava eu de minha cria! Meu Deus, que emoção!! Talvez eu faça só umas forcinhas e já consiga pegar minha filha!! Que nada! Ao sentir a cabeça de Serena, ainda empelicada (dentro da bolsa) também senti uma espécie de carninha, músculo, gelatina, sei lá, tinha algo errado ali. Toque feito pela Larissa, um edema! Sim! Conferido pela Naoli. A pressão da Nena no canal do parto gerou um edeminha, e isso fez com que eu escutasse aquela musiquinha “tchum tchum tchum tchuuuummmmm”…Não foi dessa vez, não, não teríamos expulsivo ainda. O trabalho de parto havia acabado de travar, novo toque e minha dilatação regrediu de 9 para 5cm. Sim, eu não só travei como recuei. O animal, esta fêmea mamífera que habita em mim se sentiu acuada, o edema me travou, a tensão me travou, as muitas horas em tp, o medo, a pressão, enfim, até o fato do pai dela não ter chegado ainda me travou, muitos fatores fizeram meu corpo dizer “calma”… descansa…ainda não chegou a hora! E, assim, dormi por aproximadamente uma hora, ali mesmo, na banheira, após um quase parto. Após quase 20h desde a primeira contração. Não. Serenita ainda não nasceria!
Mais um ato antes do gran finale
Por volta das 8h do dia 20 de dezembro de 2014, há mais ou menos 25h de trabalho de parto, após uma regressão na dilatação, algo muito incomum, após o silencio da madrugada dar lugar aos pássaros e ao barulho dos carros na rua, após alguns cochilos, após tentar comer um ovo frito (sem óleo feito pela diva Naoli) e não conseguir, eis que me encontro novamente com dilatação total. Coração da Serena em perfeito compasso, eu novamente concentrada. Dor intensa, corpo aberto, entro em uma nova partolândia, a segunda. Mãos formigando, córtex frontal desligado, eu era apenas coração. A Larissa me ajudou com uma massagem na lombar que mais parecia uma manivela, a cada círculo feito com a mão eu me sentia dilatando. Tudo certo, sento na poltrona de parto da Naoli, atrás de mim minha irmã mais velha, a Ange, meu anjo que tanto me apoiou na minha escolha de parir em casa, ao lado minha irmã Laura que acabara de chegar com um chimarrão e que tinha feito um panelão de sopa na noite anterior pra equipe se alimentar e em minha frente, a mãe. Presenças importantes neste momento. Ok, agora então é só parir, né? Mais um expulsivo, tudo em ordem. Vem Serena!! O pai dela já estava no hall do prédio. Vem bebê!!
Que nada! Guriazinha sem vergonha!!! Mais uma vez a mamãe travou. Eu simplesmente esqueci de parir ali. Estava exausta. Não consegui!! Pedi que todas fossem embora e que chamassem o pai de Serena, agora eu precisava me concentrar novamente. Aquele momento era só de nós três e era hora de nos tornarmos um!! Eu precisava de mais tempo. Meu corpo pedia arrego. Minha mente pedia foco. Meu coração pedia amor e a Serena pedia mais um ato antes do gran finale!
Equipe animada. Mãe empoderada! Empoderada? Será?
Mas porquê mais um ato? Estava tudo certo, tudo pronto para parir. Bolsa rota. Dilatação. Família reunida. Equipe animada. Mãe empoderada! Empoderada? Será? Ali, naquele momento, eu sabia que não queria mais trabalhar naquele parto. Estava exausta. A presença das mulheres já não me acalmava e sim mantinham a tensão. Todo o medo e o pudor. Toda a responsabilidade nas costas. Todos os “e se”. Eu precisava descansar. E Serena também. Estávamos muito dedicadas, há muitas horas. Seu pai subiu. Minha mãe e irmãs saíram. Tristes comigo. Elas queriam muito estar ali. As parteiras foram descansar. Vivi também. Doula no cantinho ao lado, imperceptível. Agora ficaríamos sem fotos. Sem torcida. Sem equipe. Sem nada além da respiração. Era preciso lembrar tudo aquilo que meu corpo já sabia. Que minha mente já havia se preparado. Aliás. Que nada. Era preciso tirar a mente de cena. Foi então que consegui dormir. Por aproximadamente duas horas. Devo ter ido em algum outro mundo. Apaguei incrivelmente sem contração alguma. E quando acordei, foi justo com uma contração que estava me arrebentando ao meio. Voltamos à estaca zero. Contrações efetivas de 6 em 6 min. Muita intensidade. Salada de fruta feita. Bola. Chuveiro. Posições “atravancadas” que somente elas aliviavam a dor. Tempo entre uma contração e outra diminuindo. Tempo de duração das contrações aumentando. Agora sim o bicho estava pegando novamente. Eu sentia cada vez mais Serena perto de mim. Massagem. Cama. Sofá. Chão. Suco de laranja. Horas e horas se passaram. Família preocupada. Vocalização aumentando. Vizinhos (daquela kitnet no quarto andar sem elevador) apreensivos. “- Aaaaahhhhhhhhhh”…
Comassimmmmm! Já?
Música.
Silêncio.
Banheiro.
Tanta coisa acontecendo. Tanto tempo dentro de uma contração. Corpo em expansão.
Até que por volta das 22h do dia 20/12/2015 chega toda a equipe de volta. Eu havia esquecido de pedir para chamá-las. Eu só queria estar ali. Expandindo minha alma. Entregue. Olhos fechados. Animal. Naoli percebendo meus sinais optou por fazer um toque. Eu queria aquele toque. Enfim 10cm. Dilatação total. Comassimmmmm! Já? Hahahahahaha… Uhuuuuuu. Chegamos lá filha. Preparação com panos, lençóis, água, câmera. Eu sequer conseguia me mexer. Estava no puff delícia de parto. Ali ouvi todas as minhas ancestrais. Sentia a força feminina que habita em mim. Tinha certeza que pegaria minha cria em alguns segundos. Uma força sobre humana me segurou e me fez gritar muito. Gritei um grito selvagem por tantas mulheres. Gritei um grito de dor. Um grito de cansaço. Um grito de renascimento. Gritei. Urrei. Eu estava lentamentemente inspirando e fortemente expirando minha filha. Eu estava ali parindo. Não consegui conter o grito. Ele vinha de muitas linhagens. De muitas fêmeas. Era um grito de guerra pelo amor. E aquele círculo de fogo queimava de verdade. Eu pensei que não acabaria. Naoli lubrificou toda minha vagina e períneo. Me indicou o lugar para fazer força. E todas as mulheres ali entoaram um canto sagrado para receber minha cria: “Sereeeeena nasceeee… Nasce Sereeeenaa… Sereeeena chega, chega Sereeeeenna”…
“- Aaaaaaaaaaaaaa” ela estava ali, a cabecinha toda pra fora. Empelicada. Querendo respirar. Naoli tirou a bolsa do seu rosto. Pediu que eu fizesse mais uma forcinha (e foi bom ter pedido, pois ali eu estava em transe ainda ê partolândia boaaa), e de repente:
“- Aaaaaaa”… “pluft”… Num respiro estava ali fora de mim o ser que eu havia gerado por 40 semanas e 3 dias, com o cordão enroladinho no pescoço, havia escorregado. Linda. Comprida. Serena. Curiosa. Levantava a cabecinha. Carinha de anciã. Que honra. Que bênção. Então eu pari. Pari Serena. E me pari. Serena me pariu. E todas as mulheres de quem descendi pariram. E todas as mulheres que me sucederão parirão. Foi incrível. Exatamente às 22:44. E toda aquela dor? E as contrações? E o cansaço? E as dúvidas? Também fizeram “pluft”. Incrível. Não existe anestésico mais poderoso do que expelir um bebê com amor e fé. Com tranquilidade. Respeito. E depois disso foi só alegria. Percebemos que Serena havia ingerido um pouco de líquido amniótico. Eu mesma chupei o narizinho dela (foi instintivo) e Naoli me indicou que eu a deixasse mais inclinadinha para o líquido sair das vias aéreas. Dito e feito. Babei muito de tão linda. Então depois de um tempo que não sei qual. Pari a placenta. Linda. Pesada. Gostosa. Gelatinosa. Foi tão bom sentir a placenta nascendo. Agora sim. Fechei a conta e passei a régua. O parto estava completo. Filha e placenta paridas. Levei três pontinhos espaçados. Lambi a cria por horas. Amamentei muito. E a família começou a chegar. Todos extasiados. O cheiro de vernix solto pelo ar. Ocitocina level hard. Que momento mágico. Êxtase. Depois de muito tempo pesaram a Serena. 3Kg redondos. Banho? Não. (Só depois de 7 dias). Eu sim fui pro chuveiro tomei um banhão bem demorado com sensação de missão cumprida.
Em nosso pequeno doce lar
Enquanto a Larissa me fazia perguntas, observando meus sinais já que eu estava tão valentona no box sozinha, lavando cabelo e tudo. Aliviada. Feliz. Realizada. E minha cria ali ao lado. Em cima da nossa cama. Sendo cheirada por quem a ama. Cuidada em ambiente domiciliar. Acolhida. Sem colírio. Sem vitamina. Sem qualquer mínima intervenção. Mas antes disso, já ia esquecendo. Eu mesma cortei o seu cordão umbilical. Entregando-a ao mundo. Seu pai clampeou com uma cordinha de uma tribo da Nova Zelândia. E nós dois comemos um pouco de placenta. Ele como ritual de agradecimento. Eu também. Mas principalmente pensando em todos os nutrientes que meu corpo estava precisando depois de 39h de trabalho de parto. Consumir a placenta inclusive me ajudou muito no puerpério (em breve eu volto pra contar). Então, depois do banho voltei pra cama. Pra tomar sopa, comer petit gateau e dormir na minha casinha com minha bebê recém parida em nosso pequeno doce lar!!
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